Vida

Já não nasci acompanhado a este mundo, este espetáculo. Vida o que foi que eu te fiz. Crescendo de bebe a criança, aprendendo a ser feliz, vendo os coleguinhas da escola partir.     O primeiro beijo, o segundo amor, ”lagriminhas“ caindo porque o coração sentia dor. A vida cobrando que eu fizesse melhor que antes... Para não errar mais. Ver os meus pais me ensinar sobre vida, e vida rindo porque eles sabiam demais. Crescendo mais, sonhar jamais, até que um dia os sonhos começam a fazer sentido, correr contra isso, e vida me guiando quase em plena paz. Vem obstáculos, a escolha de religião, me apego a Deus porque ele ali é bem melhor. Passar um tempo acordado a noite, revendo tudo, e vida orgulhosa, esperançosa e tal. Não adianta viver, algo mal quer atacar, vida deixa vir para me testar. São drogas do mundo diziam os demais, faziam bem a quem quisesse se entregar. Uma duvida surgiu, mas me apego ao pai e sigo vida, vendo no que ia dar. Passaram os anos, eu me formei, e vida relembrando como trilhei. Como para qualquer um, a perda vem, leva amigos, família e mais alguém. Se eu não tivesse vida, se me faltasse juízo, até partiria também. Neste caminho vem os meus filhos... João, Maria, Pedro Paulo e Juninho. São outras vidas, que vieram desta vida, a minha, a que sempre tive. No tempo que me mantive em pé, quantas felicidades pude contemplar, não fui milionário, tão pouco estelionatário, mas consegui sorrir, ver partir e ficar em paz. E eu sei que vida, a minha vida, logo também cuidará de mim. Deixo filhos, deixo tudo. Os professores, os meus pais.  Deixo religião, a formatura, o primeiro beijo, o segundo amor, e deixo o mundo de onde nasci sozinho. Mas o deixo bem guardado, já que agora estou muito bem acompanhado, pois tudo esta deixado, mas resta vida. Eternamente vida.